segunda-feira, 13 de julho de 2009

BENTO BARROSO PEREIRA

Nascido em Minas Gerais, o general Bento Barroso Pereira foi um proeminente político de seu tempo. Em 1824, alguns patriotas de Pernambuco tentaram instaurar a república no país. Destacado por Dom Pedro I para combater esta revolução, desempenhou com tamanha eficiência sua tarefa, que a coroa, agradecida, nomeou-o senador no ano de 1826, representando a província de Pernambuco. Tão influente era no meio político, que Bento chegou a ser presidente do senado por mais de 2 anos. De 20 de novembro de 1827 até 15 de junho de 1829, assumiu o cargo de Ministro da Guerra, o qual também ocupou no período da Regência Trina. Bento Barroso Pereira veio a falecer no dia 8 de fevereiro de 1837.

Morava com a família no casarão da Chácara do Livramento, administrada por ele até a morte de Ana Teresa Angélica da Cunha e Sousa. Com o passamento desta, Bento herdou grande parte das terras. Um fato curioso e que passou despercebido pelos biógrafos de Machado é que Bento Barroso Pereira teria sido escolhido padrinho do escritor, caso ele não tivesse falecido dois anos antes de Machado nascer.

Sabe-se que a esposa do Bento, Maria José de Mendonça Barroso Pereira, então viúva em 1839, foi escolhida para ser madrinha do autor de Quincas Borba. Para padrinho, chamaram um genro de Maria José, Joaquim Alberto de Sousa da Silveira, que era viador do Paço Imperial, Comendador da Ordem de Cristo e Oficial da Ordem Imperial do Cruzeiro. Este incidente biográfico pouca importância teria na vida de Machado, se não fosse um pequeno detalhe. Os pais do futuro escritor, Francisco José e Maria Leopoldina, para agradecer tamanha distinção e homenagear aquelas pessoas tão nobres e generosas, que se dispunham a apadrinhar uma criança de classe social inferior a deles, haviam prometido batizar o menino com o nome dos padrinhos, Joaquim e Maria. É por isso que ele recebeu na pia batismal o nome de Joaquim Maria Machado de Assis. Ora, se Bento Barroso Pereira ainda fosse vivo, é natural que ele fosse o padrinho escolhido. Decorre daí, que o escritor possivelmente não receberia o nome de Joaquim Maria, mas de Bento Maria Machado de Assis. Ele próprio saberia disso, como parece nos querer informar pelas entrelinhas de sua obra. Em Dom Casmurro, um romance em que há muitos elementos biográficos, Machado não teve dúvidas em crismar seu personagem principal de Bento. Bentinho não seria, portanto, uma máscara sutilmente engendrada para esconder alguns traços ainda obscuros, mas fundamentais para a compreensão da vida do bruxo do Cosme Velho? Fica aí a pergunta, para que outros estudiosos, dotados de mais luzes e novos materiais de pesquisa, possam responder a tal indagação.


3 comentários:

Anônimo disse...

Sua suposição está perfeita! e foi isto mesmo que aconteceu. Todavia haviam fortes motivos para que o nome do autor de Don Casmurro homenageasse duplamente as pessoas que ele mais amou na infancia. Refiro-me ao casal "Maria" Paula e o desembargador "Joaquim" Barroso Pereira. Ela, prima de D. Maria José, a viuva do general Brigadeiro Bento, que era irmão do desemb. Joaquim.
Desde que o ilustre general faleceu, o casal aqui citado passou a residir na chacara do morro do Livramento, obviamente levando os dois filhos, Bento e Antonio. Bento o mais velho, tinha 9 anos; era afilhado do tio falecido. Antonio, que recebeu o nome do avô, o 8ºIntendente dos diamantes em Minas entre 1785/89. Este por sua vez, era sobrinho e afilhado do capitão homonimo, que nessa ocasião era fazendeiro na Paraiba do Sul, onde residia em sua fazenda do Mato Grosso,onde nasceram seus unicos filhos, Magadlena Maria Pereira (depois rainha do café) e o filho homonimo (depois o 1º barão de Entre Rios).
Maria Paula era prima de minha trisavó Candida Rangel de Azeredo Coutinho e Joaquim, primo de meu trisavô Antonio José Barroso de Carvalho.
Durante as aulas ministradas pelos seus preceptores, o menino Antonio tinha a inseparavel companhia do franzino, que não o largava. A doçura de Maria Paula permitia a presença da criança fragil que ela apreciava tambem pela grande inteligencia. Ao final da maratona de aulas, tanto Antonio, quanto Juquinha estavam alfbetizados! A diferença, é que a fragil criança possuia pouco mais de 5 anos de idade.
O Maior trauma que Machado de Assis teve após a morte da mãe, ocorreu aos 10 anos, quando o pai o levou para morar na cidade com Maria Ines da Silva, a nova companheira. Ele perderia o contato com a terna doçura de Maria Paula, que por toda a vida seria o seu exemplo de mulher.

verluce de Souza ferraz disse...

Prezado Antônio, Como fazer para conseguir seu E-mail, estudo as obras machadianas e muito me interessa detalhes dos familiares do mesmo, principalmente da família de Bento Barroso Pereira - meu E-mail: verluce.ferraz@yahoo.com.br
Aguardo cotato. Verluce Ferraz.

verluce de Souza ferraz disse...

Prezado Antônio, Como fazer para conseguir seu E-mail, estudo as obras machadianas e muito me interessa detalhes dos familiares do mesmo, principalmente da família de Bento Barroso Pereira - meu E-mail: verluce.ferraz@yahoo.com.br
Aguardo cotato. Verluce Ferraz.