
“... Álvares de Azevedo, Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu, Varela, Castro Alves, Machado de Assis...
- Esse é um velho; resmunguei vesgo de inveja.
- Um velho! É o mais moço de todos vocês. Nunca o visito que o não encontre preparado para receber-me. Que festas, que transportes, que entusiasmos!... É o meu preferido, o meu bem-amado. Ia a caminho dele quando me chamaste. Costumo ir dar-lhe um beijo todas as manhãs, antes que nele acorde o chefe da seção, enquanto o poeta está de vigília. Desse beijo nasce quase sempre uma estrofe, ou uma frase da próxima crônica, que ele, à noite, quando acorda o poeta e adormece o empregado público, passa ao papel sem demora. Oh! o meu Machado, como lhe quero bem! Que rapaz! Lá está ele impaciente com a minha tardança! Já vou, meu amor!”
Quem fala é a Fantasia, transformada em personagem por Valentim Magalhães, mas que parece se identificar com os sentimentos do escritor. O autor de Flor de Sangue foi também um dos membros fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira número sete, tendo por patrono Castro Alves. Faleceu com apenas quarenta e quatro anos, a 17 de maio de 1903.
Nenhum comentário:
Postar um comentário