Na residência da Baronesa de Taquari, Faustino fez amizade com muitos intelectuais do tempo, pois aí se costumava realizar um dos melhores salões lítero-musicais do Rio de Janeiro. A idéia de Faustino era enriquecer no Brasil e, novamente com a ajuda de Rodrigo Pereira Felício, abre uma casa comercial na rua Direita, n. 66, onde se vendia um pouco de tudo, desde livros e artigos de papelaria até perfumes e charutos. Faustino tinha barba passa-piolho, que foi a primeira barba do romantismo (somente no tempo da Guerra do Paraguai é que apareceram os cavanhaques e as suíças). Um de seus passatempos preferidos era tocar flauta. Poeta sem grande talento, mas hábil versejador, Faustino deixou algumas poesias que se tornaram populares, como esta que ele escreveu num álbum:
“Num álbum escrever é negra empresa,
De que o vate jamais sai triunfante.
Se é no canto singelo, - é ignorante,
Se é pomposo, - renega a natureza.
Se não cita ninguém mostra pobreza,
Se faz mil citações é um pedante;
Se é pródigo em louvor, - repugnante,
Se não louva, - não tem delicadeza.
Se dá cantos de amor, - é um baboso,
Se em prosa escreve só, - quer ser rogado,
Se escreve prosa e verso, - é orgulhoso.
Se enche muito papel, - é um desalmado,
Se breve assunto escolhe, - é preguiçoso,
Se recusa escrever, - é um malcriado.”
2 comentários:
Muito obrigado pela visita e pelos elogios... a proposta do seu blog é muito interessante e estou colocando o "Memorial" na minha lista de links...obrigado e volte sempre!
ps. ahhh a entrevista que vc assistiu com o Hatoum não teria sido na Sesc Tv ou outro canal ? a TV Brasil não exibe mais meu programa...
É um prazer tê-lo aqui em meu blog, meu caro Ricardo Soares. Creio que a entrevista do Hatoum foi na TV Brasil de MG, mas agora fiquei na dúvida. Pode ter sido na TVE. Seja como for, achei o programa excelente e virei fã. Quero mais!
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